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Tributários

Miro SoaresPorMiro Soares
5 de fevereiro de 2024
em Portfólio

Tributários tem como foco a construção do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira e os impactos ambientais sobre importantes rios tributários (afluentes) do Rio Amazonas, bem como sobre a população ribeirinha que se estende ao longo das margens desses rios. 

O Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira é uma produção monumental do governo brasileiro que surge na década de 2010. Ele é composto por duas usinas de grande porte: Usina Hidrelétrica Jirau (3.750 MW) e Usina Hidrelétrica Santo Antônio (3.568 MW), que foram construídas entre 2008 e 2016 em Porto Velho, no estado de Rondônia. O projeto propõe lançar um olhar sobre os conflitos decorrentes da construção dessas hidrelétricas e as repercussões sobre as populações locais, particularmente sobre as comunidades ribeirinhas.

São objeto do trabalho as paisagens de três rios no estado de Rondônia (e na fronteira com a Bolívia), que correm rumo ao norte para alimentar o Rio Amazonas. Os rios são: Madeira, Guaporé e Jamari. A intenção é revelar outras geografias desses rios especialmente em função das represas e das mudanças ocorridas no seu volume de água. 

Em 2010, documentei a região da Cachoeira Teotônio, lugar então previsto para a instalação de uma das usinas. Em 2010 e 2012, registrei imagens do início do processo de construção da usina Jirau. Embora o projeto seja essencialmente documental ele oferece uma abordagem lírica que conecta o contexto local de Rondônia a questões globais de outras localidades. 

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Miro Soares

Miro Soares

Artista visual, filmmaker, pesquisador e viajante, Miro Soares trabalha na interseção dos campos da fotografia, do cinema, do vídeo e de novas mídias. É doutor em Artes e Ciências da Arte pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. É professor adjunto do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É coordenador do Frame – Núcleo de Fotografia, plataforma dedicada à reflexão e produção de arte e fotografia contemporânea. Seus trabalhos têm sido exibidos em exposições, festivais de cinema e festivais de arte e tecnologia em mais de vinte países, incluindo: Centre Pompidou e Forum des Images (França), Bergen Kunsthall (Noruega), Amber Art and Technology Festival (Turquia), Fundament Foundation (Países Baixos), MAM Rio, Centro Cultural Oi Futuro e FILE (Brasil). Entre outros reconhecimentos, Miro Soares foi premiado pela Fundação Bienal de São Paulo e pelo Festival de Cinema de Vitória, teve trabalho comissionado pelo Centre Pompidou e recebeu bolsa de produção da Bergen Kommune. Realizou oito residências artísticas em sete países.

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