A fotografia e a música se fundem na vida de Paulo Rapoport, paulistano, sociólogo de formação e contrabaixista. Sua trajetória profissional se deu na fotografia ligada à música, registrando shows e apresentações, fotografando e realizando o projeto gráfico de álbuns.
Paralelo a isso, ele desenvolve trabalhos documentais a partir de viagens pelo Brasil e ao redor do mundo. Assim surgiu o Ensaio “Jornada pelo Rio Negro”, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Em sua abordagem, que envolve o uso de um drone para obter imagens aéreas, realça a imensidão da Amazônia e a real dimensão da presença humana nesse ambiente ainda em grande medida preservado.
A poesia da paisagem se entrelaça com a dimensão humana dos retratos, dando origem a um trabalho de grande potência visual. Esses aspectos estão revelados na entrevista dada pelo fotógrafo ao festival, confira.



Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Meu nome é Paulo Rapoport. Sou brasileiro, paulistano, nascido em 1960. Sociólogo formado pela USP. Músico (contrabaixista) e fotógrafo.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Devido a minha longa atividade como músico esse é o primeiro assunto presente no meu trabalho fotográfico. Tenho fotografado shows e apresentações musicais nos mais diversos espaços. Ao longo dos anos fotografei e elaborei o projeto gráfico de vários cds. Montei também um estúdio fotográfico onde produzo material normalmente voltado para música. Tenho um site onde coloco as minhas fotos de shows organizadas pelos palcos onde foram produzidas (www.themusicstages.com). São mais de 7000 fotos.
O meu segundo assunto mais frequente é o meu trabalho documental realizado durante as minhas viagens. Nesse particular destaca-se Cuba, Índia, Islândia, Nepal, México, Butão, Irã, Etiópia, etc.
Durante a pandemia comprei um drone e inventei o desafio de fotografar pessoas com ele. Iniciei um projeto chamado #dronegrafiahumana. Esse projeto está no meu site. Acredito que a fotografia acabou sendo a síntese dos meus interesses e necessidade de expressão, passando a ser a minha atividade principal nos últimos anos. Meu trabalho pode ser visto no meu site www.paulorapoport.com


Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Em julho de 2024 tive a oportunidade de viajar através do Rio Negro. Nesse roteiro passamos por diversas comunidades ribeirinhas e algumas tribos indígenas. Nessa época as águas estão altas e tomam conta dos espaços.
Não viajei com a intenção de fazer um ensaio. Mas quando retornei percebi como as fotos feitas com a câmera e as feitas com o drone conversavam. A visão do alto complementou as fotos próximas dando uma noção da escala da imensidão amazônica.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Meu próximo projeto será trazer boas fotos da China pra onde viajo ainda nesse mês.

