“O nosso mundo de hoje é muito pobre de interrupções, em tempos intermédios e em intervalo. A aceleração suprime todo e qualquer intervalo.
[…]
Não é a vida ativa, mas sim a contemplativa, que transforma o homem naquilo que ele deve ser.“
Trechos do livro “A Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han
Postais para mim mesma, tempos outros. Lembretes! Divagar e devagar. Devaneio.
Este ensaio nasce do desejo de desacelerar. Em tempos marcados pela velocidade e excesso, volto-me à fotografia analógica como uma necessidade de pausa. As imagens que compõe este trabalho foram captadas em percursos cotidianos e deslocamentos íntimos, onde o olhar se permite o desvio, a contemplação.
Com uma estética poética e onírica, a materialidade da própria película – com suas imperfeições, texturas – torna-se parte da narrativa, dialogando com a impermanência e a delicadeza daquilo que se vê.
Instante Suspenso convida o público à olhar o entorno, o poético do cotidiano. Em tempos de extrema aceleração e infinitas imagens, a pausa, o respiro, o devaneio e o devagar são atos políticos – e poéticos.






