O êxodo de milhares de garimpeiros ilegais expulsos da terra indígena Yanomami, no norte do Brasil, ameaça agravar o ciclo de violência e pobreza que outras regiões da Amazônia sofrem há anos. Os garimpeiros fugiram com destino incerto como resultado da megaoperação lançada no estado de Roraima pela Polícia, Forças Armadas e órgãos ambientais e de proteção aos povos originários para acabar com a crise humanitária que os Yanomami vivem.
Aproximadamente 20.000 garimpeiros trabalhavam ilegalmente na reserva. Se atribui ao sei trabalho de busca por ouro e cassiterita a poluição com mercúrio e outros materias químicos dos rios dos quais os Yanomami se alimentam.
A grande questão agora é: onde esses milhares de garimpeiros ilegais irão se estabelecer?
Lideranças indígenas da Terra Yanomami no lado do estado do Amazoans pedem que o governo tome providências para evitar a entrada de garimpeiros que atuavam no território do lado de Roraima. A área já é alvo de longa data de garimpo manual e dá acesso a outros garimpos localizados na parte da Venezuela.
Uma pessoa ligada ao garimpo na Terra Indígena Yanomami mostra sete gramas de ouro que recebeu como pagamento por seu trabalho de piloto de aeronave de garimpo.Garimpeiros pagavam, geralmente em ouro, o equivalente a R$700 por pessoa para serem transportados por caminhonetes do Porto do Arame, no rio Uraricoera, para a vila do Paredão, em Alto Alegre, Roraima. Os garimpeiros enfrentaram a floresta e a corredeira para deixar o garimpo depois que o Governo Federal autorizou operações de retirada da mineração ilegal da Terra Yanomami em Roraima.Garimpeiros são vistos na caçamba de uma caminhonete após atravessar um trecho complicado na estrada de 30km que liga a Vila do Paredão ao Porto do Arame, local de embarque e desembarque de garimpeiros que atuam nas terras Yanomami.Muitos dos garimpeiros não puderam pagar transporte para deixar as áreas de mineração irregular em Terra Indígena e iniciaram a “varação”, ou seja a retirada de seus pertences a pé enfrentando a floresta e o clima amazônico.Uma família de pessoas que atuavam no garimpo aguarda uma oportunidade de carona na estrada de terra de 30km que liga a Vila do Paredão ao Porto do Arame, local de embarque e desembarque de garimpeiros que atuam nas terras YanomamiA sombra de garimpeiros na caçamba de uma caminhonete é projetada na estrada que liga a Vila do Paredão ao Porto do Arame, em Alto Alegre, Roraima.Um grupo de pessoas é abordado na rodovia RR-205 por policiais militares de Roraima que realizavam a Operação Êxodo, de interceptação de irregularidades oriunda de garimpos em terras Yanomami.
Nascido em Manaus (Amazonas, Brasil), Raphael Alves estudou Comunicação Social com habilitação em Jornalismo na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Fotografia na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Artes Visuais no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Obteve também o título de Master of Arts em Fotojornalismo e Fotografia Documental na London College of Communication / University of the Arts, em Londres (ING). O trabalho de Raphael já recebeu o Pictures of the Year Latin America - POYLatam (2017 e 2021) e o Pictures of the Year International POYi (2022), e a bolsa editorial da Getty Images (2021). Em 2023, seu trabalho foi vencedor do The Nature Conservancy Contest
Através da experimentação, a realidade se fragmenta, transformando o comum em algo extraordinário. Este ensaio de fotografia experimental explora...