Fotojornalista freelancer atuando entre o Brasil e a Europa, Alinne Rezende usa a fotografia como uma maneira de transmitir histórias de pessoas que compartilham com ela suas próprias histórias. Ao ser diagnosticada com crise de identidade, seguida por ataques de ansiedade, ela acabou voltando sua câmera para si.
O trabalho Um recado para mim mesma, finalista na categoria Portfólio do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023, nasceu a partir da sugestão de sua psicóloga para que fizesse um diário, que a ajudaria a enfrentar o momento difícil pelo qual estava passando. Além de escrever, ela também fez registros fotográficos. A fusão das fotografias e dos textos resultou em um pungente relato visual de sua condição.
Atualmente, Alinne Rezende se dedica a finalizar um fotolivro e trabalha em dois projetos em fase inicial, um deles sobre a questão da saúde mental e outro dedicado a questões ambientais.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Sou a Alinne Rezende, brasileira, atualmente trabalho como fotojornalista freelancer e fotógrafa documental no Brasil e Europa.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
A fotografia começou quando ainda era menina, pegava a câmera do meu pai escondida. Naquele tempo, a fotografia era a minha máquina do tempo, um jeito precioso de guardar uma memória ou alguém que me era querido. Nisso foi crescendo e crescendo cada vez mais até virar meu Bacharelado em fotografia, também quando comecei a me dedicar ao jornalismo. E foi aí que ela tornou-se além de memórias, tornou se a minha forma de me expressar, de explorar a vida, contar e compartilhar o que vi e vivenciei e a histórias de tantos que compartilharam comigo a sua história. A forma que encontrei para contribuir e retribuir a vida neste mundo.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Um recado para mim mesma começou após ser diagnosticada com crise de identidade seguido por ataques de ansiedade. Foi realizado em sua maior parte no Brasil. Durante as sessões com a psicóloga, ela me sugeriu escrever, manter um diário, para ajudar-me a enfrentar o momento no qual me encontrava. Gosto de escrever, mas como disse a fotografia é o meio pelo qual realmente consigo me expressar. Com isso resolvi não apenas documentar mas explorar utilizando a fotografia como uma forma de lidar com toda essa experiência.
A escrita também acabou entrando na linguagem visual para contribuir a expressar todo o turbilhão de sentimentos que esta crise me fez passar. Além de ter sido um grande desafio sair de trás da câmera e também compreender a magnitude da responsabilidade de lidar com quem se abre para compartilhar a sua história.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente estou finalizando um fotolivro e trabalhando em outros projetos ainda em fase inicial. Um deles continuo explorando a temática da saúde mental e outro focado em questões ambientais. E sempre com a minha querida fotografia de companheira nesta jornada que chamamos de vida.