A fotografia pode ser um veículo para conectar pessoas, descobrir suas histórias, expressar sentimentos e emoções. É dessa maneira que Paula Giordano encara o ofício de fotógrafa. Vivendo em Belém, ela desenvolve projeto em torno da relação com o divino, fotografando cultos e eventos religiosos.
Paula Giordano está entre os finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023 com Mangueiras – um território de resistência e afetos, um Ensaio sobre uma comunidade quilombola na Ilha de Marajó. O trabalho é resultado de uma imersão de uma semana, ponto culminante de uma oficina orientada por João Roberto Ripper.
Através do ensaio, Paula Giordano busca dar voz à comunidade, tendo alteridade e dignidade como fio condutor. Confira um pouco sobre sua história e relação com a fotografia.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 48 anos, vivo e trabalho em Belém do Pará.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
A fotografia está presente em minha vida desde a infância, quando tive contato com a câmeras “Love” e as sessões de projeção de slides que meu pai fazia em casa, acompanhando-me por muitos anos como um hobby (registrando cotidiano familiar e viagens). Foi somente há uns 10 anos que comecei a estudar, aprofundando conhecimentos e me dedicando de maneira mais importante, dando à fotografia o espaço em minha vida que lhe era merecido.
Para mim, é sobretudo um meio de conexão com as pessoas e suas histórias, uma forma de despertar questionamentos, expressar sentimentos e emoções. Nem tudo vira fotografia, mas me torna uma pessoa mais próxima e empática às questões humanas.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Realizei, em setembro de 2021, uma imersão em Mangueiras, comunidade quilombola de Salvaterra, na Ilha do Marajó, durante 1 semana, pelo Projeto Bem querer Marajó, idealizado e orientado por João Ripper. A imersão foi precedida por 6 encontros mensais on line, onde conversamos sobre cuidados e aspectos que norteariam o desenvolvimento do projeto: dar voz às comunidades, tendo alteridade e dignidade como fio condutor, enfocando as relações, a vida cotidiana, mas também estando abertos para qualquer questão que ocorresse.
Mangueiras – um território de resistência e afetos- é representativa de minha produção, não somente pelo humano, histórias e sentimentos, como por valores éticos que busco em meus trabalhos.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Venho me dedicando à minha pesquisa de longa duração, onde investigo a relação do homem com o Divino. É sobre religiosidade, resistência e fé, fotografando cultos e eventos religiosos, no Pará e em outros Estados, buscando trazer à luz o respeito às diferenças, o conhecimento e o amor, estando atenta e combativa a qualquer forma de preconceito, estigmas e violência.
Em outubro deste ano, farei minha terceira exposição individual, devido à contemplação num edital público estadual, assim também venho me debruçando sobre esse desdobramento, além do estudo e da organização de meu primeiro livro.