Desde 2003, Rita Barreto vem se dedicando a realizar trabalhos autorais sobre os povos originários do Brasil. Por intermédio da fotografia, ela revela a riqueza de nossa raízes e promove a conscientização sobre questões sociais e culturais.
Ao realizar um ensaio fotográfico sobre os Xavante na Terra Indígena Pimentel Barbosa, localizada em Canarana (MT), ela optou por revelar o papel das mulheres, transcendendo a beleza estética para mostrar sobretudo o papel crucial nas práticas cotidianas, costumes e rituais. Uma seleção de imagens desse trabalho garantiu a Rita Barreto um lugar entre os finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2024, com o Ensaio intitulado “As Mulheres Xavante”.
Conheça mais detalhes sobre o trabalho da fotógrafa na entrevista abaixo.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Atualmente resido na capital de São Paulo. Tenho 63 anos e me dedico ao trabalho autoral com os povos originários do Brasil. Desde 2007, também fotografo para livros didáticos na área Editorial.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Minha trajetória na fotografia vem se desenvolvendo desde criança, onde eu já me interessava pelos registros fotográficos, como filha de publicitário, eu o acompanhava em seus trabalhos e fui tomando gosto por essa arte. Em 2003, começo meu trabalho autoral com os povos originários do Brasil e em 2007, me torno profissional na área editorial em livros didáticos. A fotografia desempenha um papel essencial em minha vida, sendo uma forma de expressão artística e um meio poderoso para contar histórias e promover a conscientização sobre questões sociais e culturais.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2024. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Realizei este ensaio fotográfico das mulheres Xavantes na Terra Indígena Pimentel Barbosa, localizada em Canarana, Mato Grosso, mais especificamente na aldeia Etenhiritipá. Trago como foco principal a captura não apenas na beleza estética das mulheres Xavantes, mas também na expressão de suas identidades, tradições e papel crucial dentro da aldeia.
Ao explorar a aldeia Etenhiritipá busquei transmitir a essência das mulheres Xavantes, suas práticas cotidianas, costumes e rituais. Destacando a força, a dignidade e a resiliência dessas mulheres que tanto lutam pela preservação das suas tradições.
O ensaio por completo também contribui para a conscientização sobre a importância da preservação das tradições indígenas e do reconhecimento da contribuição das mulheres indígenas para a sociedade.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente, mantenho meu compromisso autoral com os povos originários do Brasil, ao mesmo tempo em que colaboro com fotografia para livros didáticos na área editorial. Em 2019, publiquei um livro dedicado ao povo Kuikuro do Alto Xingu, situado no Mato Grosso. Além disso, coordeno viagens fotográficas mensais pelo Brasil, acompanhando grupos de fotógrafos especializados em explorar e capturar a rica diversidade cultural e natural do nosso país. Essas jornadas não apenas enriquecem meu trabalho, mas também permitem um intercâmbio valioso de experiências e perspectivas entre os participantes.