As formas de abandono e marginalização presentes em nossa sociedade faz com que certos grupos sejam tornados invisíveis. Sensível a essa condição, o fotógrafo Rogério Fernandes se dedica com especial atenção a esses grupos em seu trabalho autoral.
A fotografia “O ninho da serpente”, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2024, faz parte desse contexto. Foi realizada na Fundação Casa de São Paulo, centro de reabilitação de menores condenados criminalmente, em 2010. Rogério Fernandes também atuou como arte-educador na Fundação Casa.
Conheça um pouco mais da trajetória do fotógrafo na entrevista.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
50 anos, vivo e trabalho em São Paulo (Capital)
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Rogério Fernandes (São Paulo/Brasil_1974), fotógrafo profissional, iniciei meu trabalho com Fotografia Autoral em 2006 no Museu de Arte Moderna de São Paulo, participei de grupos de estudos com o fotógrafo
Marcelo Greco por 8 anos. Em 2011 fiz residência artística na Gerrit Rietveld Academy em Amsterdã, participei de exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Trabalhei como fotojornalista freelancer para Agência Estado, Futura Press, Estúdios Globo e atualmente para o UOL.
Atuei como arte-educador e documentei projetos na Fundação Casa, Penitenciária do Marrey e Favela do Moinho em São Paulo.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2024. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
A imagem selecionada “Ninho da Serpente” foi realizada na Fundação Casa de São Paulo (unidade Raposo Tavares) em 2010 por conta de um projeto em que fotografei por 16 meses diversas unidades da instituição em parceria com a Ong Cenpec.
A proposta é levar a reflexão como a condição de abandono e marginalização leva a um “estado primitivo” e de certa forma selvagem de sobrevivência. Meu trabalho tangencia tal questão por materiais que vão de povos originários, povos isolados a Fundação Casa e comunidades marginalizadas urbanas.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente trabalho em um projeto por imersões principalmente na região Norte do Brasil. Os planos são seguir nesta produção e edição destes materiais que acredito ainda ter um tempo para futuras imersões e pesquisas para um desfecho consistente de um livro e exposições, que no caso fragmentos deste material já estiveram expostos em alguns projetos específicos.